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PROFISSÃO TEÓLOGO

 

 

 

Projetos reconhecem líder religioso como  ''teólogo'', mesmo sem  curso

 

Um dos  textos,  do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), cria conselho nacional para  representar profissionais

José Maria Mayrink-  Extraído de www.estadao.com.br

 

Dois projetos de lei em tramitação no Congresso estão causando polêmica pela liberalidade com que conferem o título de teólogo  a líderes religiosos. Para ser  teólogo,  bastaria ''praticar vida contemplativa'' ou ''realizar ação social na comunidade'', por exemplo.

O primeiro, do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), bispo licenciado da Igreja Universal  do Reino de Deus  e candidato à prefeitura do Rio, reconhece o não-diplomado que mais de cinco anos exerça efetivamente a

''atividade de teólogo''. O segundo, do ex-deputado Victorio Galli (PMDB-MT), pastor da Assembléia de Deus,  abre mais o leque:  ''Teólogo  é o profissional que realiza  liturgias, celebrações, cultos e ritos; dirige e administra comunidades; forma pessoas segundo preceitos religiosos das  diferentes tradições; orienta  pessoas; realiza  ação social na comunidade; pesquisa a doutrina  religiosa;  transmite ensinamentos religiosos, pratica  vida contemplativa e meditativa e preserva a tradição. '' A classificação está prevista no artigo do projeto  de lei 2.407/07, da Câmara.

 

Esse perfil abrange todos  os padres, pastores, ministros,  obreiros e sacerdotes de todas as religiões.  O número passaria de 1 milhão, pela estimativa do Conselho Federal de Teólogos (CFT), com base em dados do IBGE. Hoje teólogos devem ser  formados em cursos de graduação.

 

O presidente da Sociedade de Teologia  e Ciências da Religião (Soter), Afonso Ligorio Soares, o professor Paulo Fernandes de Andrade, representante da Conferência Nacional  dos  Bispos  do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional  de Igrejas  Cristãs (Conic), levaram suas objeções a Crivella no dia 20 de dezembro, mas  não conseguiram que ele desistisse do projeto.  Segundo a assessoria do senador, ele concordaria em submeter a questão a um debate mais amplo,  convocando uma  audiência pública.  ''Os projetos são  inconstitucionais, porque interferem na liberdade religiosa  e na liberdade de a Igreja se definir internamente, pois é ela que decide quem pode  ser  sacerdote ou pastor'', afirma Soares.

 

Para o padre Márcio Fabri, professor da Faculdade de Teologia  Nossa Senhora da Assunção da Arquidiocese de São  Paulo  e ex-presidente da Soter, o teólogo  exerce um serviço  confessional que é interno  às comunidades, às quais  cabe regulá-lo.

 

O projeto  de lei do Senado (PLS 114/2005) recebeu parecer favorável  do senador Magno Malta (PR-ES), pastor da Igreja Batista. Enviado  para  a Comissão de Assuntos Sociais do Senado, está pronto um ano para  entrar  na pauta de votação.

 

''Acima de qualquer outra  profissão, a profissão de exige muito mais de vocação e devoção do que de formação acadêmica'', afirmou Crivella ao Estado, por e-mail. ''Contudo, creio que seja  útil, embora não indispensável, uma  formação em Teologia.'' Questionado sobre sua  formação, o senador Crivella respondeu que ela ocorreu ''na prática''. ''Professo o evangelismo desde os meus 14 anos de idade  e, a par do ministério que exerci no Brasil, também atuei como  missionário por quase dez  anos na África. Assim, a minha  formação decorre de uma  longa  experiência de convívio com Deus  e a Sua  Palavra.''

 

CARTÓRIOS

 

Segundo o presidente do CFT, pastor Walter da Silva Filho, da Assembléia de Deus,  foi o Conselho que sugeriu ao senador a regulamentação da profissão de teólogo.  O texto de Crivella prevê  a criação, pelo Poder Executivo, de um Conselho Nacional  de Teólogos que,  na avaliação de Silva Filho, poderia ser  o órgão  que ele preside.

 

''Há nos  bastidores uma  tentativa de forçar, após a aprovação do projeto,  a aceitação pelo governo do CFT como órgão  competente para  registro  da profissão de teólogo'', adverte o pastor Jorge Leibe Pereira, da Assembléia de Deus.  Presidente da Ordem  Federal de Teólogos Interdenominacionais do Brasil (Otib), que,  assim como  o CFT, cobra  taxas pela expedição de registro  de diplomas e certificados, Leibe afirma que dirigentes do CFT querem o monopólio  da Teologia  no Brasil, ''o que é inaceitável''. Para Crivella, caso seu  projeto  seja  aprovado, ''o natural


 

 

 

 

será nos  encaminharmos para  representação única''. BANALIZAÇÃO

Alertado para  o risco de banalização do teólogo,   que pessoas não qualificadas poderiam comprovar, com testemunhas, terem  exercido a atividade mais de cinco anos, Crivella afirma que,  pelo seu  projeto,   seriam beneficiados os ''estudiosos da realidade da fé'', e não todos  os ministros  de culto.

 

Teólogo,  segundo Soares, que além de presidente da Soter  é professor de pós-graduação em Ciências da Religião da Pontifícia Universidade Católica  de São  Paulo  (PUC-SP), ''é um estudioso e cientista que faz uma reflexão  crítica sobre sua  própria religião''.

 

O pastor presbiteriano Fernando Bortoletto Filho, diretor-executivo da Associação de Seminários Teológicos Evangélicos, que tem 40 filiados de diferentes denominações, disse ter ficado perplexo com a generalização do conceito de teólogo.  ''As escolas formam  bacharéis em Teologia  que não são  considerados teólogos. Merece esse título quem  tem produção científica  própria,  a ponto de se tornar referência por seu  pensamento'', define

Bortoletto, citando  como  exemplo o católico  Leonardo Boff. ''Há professores de Teologia  que não são  teólogos'', acrescentou. O diretor do Seminário Presbiteriano de São  Paulo, reverendo Gerson Lacerda, concorda. ''Fiz curso de Teologia, mas  não sou  teólogo'', diz. Lacerda preocupa-se também com a criação de conselhos ou ordens de teólogos. ''Não me filiei a nenhum deles nem  vejo necessidade.''

 

TRECHOS

 

Projeto  de lei 2.407/07:

 

''Teólogo  é o profissional que realiza  liturgias, celebrações, cultos e ritos; dirige e administra comunidades; forma pessoas segundo preceitos religiosos das  diferentes tradições; orienta  pessoas; realiza  ação social na comunidade; pesquisa a doutrina  religiosa;  transmite ensinamentos religiosos, pratica  vida contemplativa e meditativa e preserva a tradição''

 

Projeto  de lei 114/05:

 

Cria o Conselho Nacional  de Teólogos, representação única dos  teólogos do Brasil

 

 

 

Confira também o texto a seguir...

 

Projetos dão título de teólogo a religiosos sem formação

19/3/2008 -  Extraído de www.bred.com.br

 

Dois projetos de lei em tramitação no Congresso estão causando polêmica pela liberalidade com que conferem o título de teólogo  a líderes religiosos. Para ser  teólogo,  bastaria "praticar vida contemplativa" ou "realizar ação social na comunidade", por exemplo.

 

O primeiro, do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ), bispo licenciado da Igreja Universal  do Reino de Deus  e candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, reconhece o não-diplomado que mais de cinco anos exerça efetivamente a "atividade  de teólogo".

 

O segundo, do ex-deputado Victorio Galli (PMDB-MT), pastor da Assembléia de Deus,  abre  mais o leque: "Teólogo  é o profissional que realiza  liturgias, celebrações, cultos e ritos; dirige e administra comunidades; forma pessoas segundo preceitos religiosos das  diferentes tradições; orienta  pessoas; realiza  ação social na comunidade; pesquisa a doutrina  religiosa;  transmite ensinamentos religiosos, pratica  vida contemplativa e meditativa e preserva a tradição."

 

Esse perfil abrange todos  os padres, pastores, ministros,  obreiros e sacerdotes de todas as religiões.  O número


 

 

 

 

passaria de 1 milhão, pela estimativa do Conselho Federal de Teólogos (CFT), com base em dados do Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Hoje teólogos devem ser  formados em cursos de graduação.

 

O presidente da Sociedade de Teologia  e Ciências da Religião (Soter), Afonso Ligorio Soares, o professor Paulo Fernandes de Andrade, representante da Conferência Nacional  dos  Bispos  do Brasil (CNBB) e do Conselho Nacional  de Igrejas  Cristãs (Conic), levaram suas objeções a Crivella no dia 20 de dezembro, mas  não conseguiram que ele desistisse do projeto.  As informações são  do jornal O Estado de S. Paulo.